Linkin Park mostra sua força com um retorno impressionante em ‘From Zero’
Quando uma banda perde um membro importante é quase uma missão impossível ressuscitar e manter a ativa com a mesma paixão que se tinha antes. Algumas bandas conseguiram fazer isso, como o Alice in Chains, mas outras não chegaram no mesmo nível do exemplo citado.
O Linkin Park precisou passar por esse momento de dificuldade com a perda de seu vocalista, e uma das vozes mais marcantes do metal, Chester Bennington, em 2017. Desde o suicidio do músico, a banda ficou quieta, mas agora resolveram voltar com tudo, se reagrupando com dois novos membros: a vocalista Emily Armstrong e o baterista Colin Brittain.
Os novos rostos se juntam aos membros de longa data da banda, o co-vocalista e produtor Mike Shinoda, o DJ e diretor de vídeo Joe Hahn, o guitarrista e co-produtor Brad Delson e o baixista Dave Farrell.
A adição da vocalista gerou uma série de discussões, sejam por questões de sua vida pessoal (que não vamos falar aqui, já que o que importa é a música) ou de como ela nunca seria como Bennington. Para nossa sorte, Emily não tenta soar como o lendário frontman e encontrou seu lugar na banda, mostrando sua força nas músicas, colocando sua presença e ajudando a banda nesse retorno.
From Zero, primeiro álbum da banda com sua nova formação, é uma mistura da sonoridade com a formação original e novas influências. Enquanto algumas músicas soam como a banda no seu apogeu, outras parecem uma banda totalmente diferente. Das músicas no estilo Linkin Park, o primeiro single “The Emptiness Machine” se destaca. Com vocais leves e uma batida eletrônica, a música soa como algo saído dos primeiros álbuns da banda, e funcionou perfeitamente como o primeiro single.
Outro destaque é “Heavy is The Crown”, que também se encaixa na era Bennington. Com uma atmosfera épica e os raps de Shinoda, a música soa como algo saído diretamente de Meteora (2003).
Felizmente From Zero vai além dos singles, e “Cut The Bridge” é um bom exemplo, que com uma pegada alternativa e acelerado nos remete aos anos 90. “Over Each Other” é outra faixa que se afasta do som clássico do Linkin Park, mas que acaba sendo uma das mais impressionantes, devido aos vocais de Armstrong. Sua voz angelical e forte levam a música a uma pegada hard rock que gruda na cabeça.
“Casualty” é um arrasa quarteirão, com um riff muito pesado e com os vocais gritados que tanto amamos. Aqui fica impossível não lembrarmos de Bennington, pois seria uma faixa que ele certamente dominaria igual Armstrong fez. “Two Faced” abre mais espaço para Shinoda, e com um refrão pegajoso, é uma das melhores faixas do disco. Certamente você irá coloca-la no repeat várias vezes, só para poder apreciar mais os cada momento dela.
Outra faixa que tem o mesmo efeito é “IGYEIH”, que apresenta mais melodia, feita para ser cantada junto e com um refrão muito forte.
“Good Things Go” é uma balada de rock mágica e melancólica, com Armstrong e companhia cantando sobre a falta de autocontrole e sobre ter coisas ruins tomando o lugar quando as coisas boas vão embora. Não é uma mensagem edificante, mas certamente faz o ouvinte pensar.
Não há como substituir Bennington e o som que o Linkin Park tinha quando ele estava vivo. Sua voz marcou a vida de muitos, os que apenas ouviram os discos ou que puderam vê-lo ao vivo. As partes de maior sucesso de From Zero são as músicas que não soam como o clássico Linkin Park, e não há como negar que a banda entrou em uma nova era, recomeçando do zero e com uma vocalista que ajudará os antigos membros a carregar essa bandeira.
Ao fim de “Two Faced” Shinoda fala que “agora estamos todos na mesma página”, e o vocalista está certo. Concordamos que, felizmente, há ótimos momentos aqui, e irão atrair novos fãs e darem ao antigos um novo disco da banda que amam, e que se tornou uma das mais importantes do rock nos últimos tempos.
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