As 10 brigas mais emblemáticas da história do Rock
A rivalidade entre bandas e artistas é encarada por muitas pessoas como uma atitude pra lá de Rock and Roll, e a verdade é que muitos nomes lendários da indústria já protagonizaram brigas realmente intensas.
Os conflitos vão desde disputas pessoas até tensões criativas, desejo de poder, luta pelo controle artístico dentro das bandas e até atritos alimentados, muitas vezes, por fãs e pela imprensa.
Infelizmente, algumas dessas situações levaram parcerias icônicas ao fim. Algumas delas conseguiram superar as adversidades e voltar aos trabalhos, como é o caso do Oasis, mas imaginar David Gilmour e Roger Waters dividindo o mesmo palco novamente parece impossível.
A seguir, você pode conferir uma lista, reunida pelo portal Far Out, com algumas das piores brigas que marcaram a história do Rock!
As 10 piores brigas da história do Rock
John Lydon (Sex Pistols) x Green Day
John Lydon, que é considerado um dos símbolos do movimento Punk por conta do trabalho marcante de sua banda Sex Pistols, poderia ter acolhido o Green Day, já que a banda foi uma das responsáveis por inovar a sonoridade do Punk. No entanto, sua postura foi completamente contrária.
Depois de Billie Joe Armstrong ter brincado sobre o fato do Sex Pistols ter feito uma turnê de reunião, Rotten pegou pesado ao responder para a MTV o que os Sex Pistols poderiam oferecer aos jovens fãs de punk que o Green Day não poderia. De forma irônica, ele disse:
“Um grande pau. Não, você viu imitadores, é isso que você viu. E você se contentou com isso, e acha que é disso que se trata. Bem, não é. É um pouco mais. É chamado de conteúdo, que é algo que nenhum desses punheteiros de terceira têm.”
Armstrong não aliviou na hora de responder às críticas feitas pelo líder da banda dona do hit “God Save the Queen” e decidiu provocá-lo no ano seguinte. Em entrevista à Spin, ele declarou:
“Ouvi dizer que Johnny Rotten estava correndo por aí dizendo às pessoas que o havíamos roubado. É engraçado, porque se não fosse pelos Sex Pistols, talvez não houvesse o Green Day, mas se não fosse pelo Green Day, os Sex Pistols não teriam feito sua grande turnê de reunião. Cada um com o seu gosto.”
Neil Young e Lynyrd Skynyrd
Em 1970, Neil Young lançou seu aclamado disco After the Gold Rush e, com ele, a faixa “Southern Man”, que acabou provocando um desentendimento com a banda Lynyrd Skynyrd.
Não só o grupo como também outros fãs de Young ficaram incomodados com o cantor, pois na música em questão ele abordou o racismo contra os negros e o segregacionismo no sul dos Estados Unidos. Cerca de dois anos depois, Young ainda voltou a mencionar o assunto em sua faixa “Alabama”.
Na época, o vocalista Ronnie Van Zant, do Lynyrd Skynyrd, se viu na obrigação de defender seu povo e apontou à Rolling Stone:
“Pensávamos que Neil estava atirando em todos os patos para matar um ou dois. Somos rebeldes sulistas, mas, mais do que isso, sabemos a diferença entre o certo e o errado.”
Como muitos sabem, em 1974, a banda “respondeu” com o clássico “Sweet Home Alabama”, em que alfinetava Neil Young: “Espero que Neil Young se lembre, um homem do sul não precisa dele por perto de qualquer maneira.”
Pink Floyd (David Gilmour e Roger Waters)
O Pink Floyd marcou a história da música com seu legado, mas a lendária banda de rock progressivo tinha tudo para ter continuado sua brilhante trajetória se não fosse uma disputa de egos entre Roger Waters e David Gilmour.
A visão criativa dos dois geniais compositores não entrou em sintonia e levou Waters a deixar a banda em 1985. Porém, o músico acreditava que o PF não deveria continuar sem sua presença e por isso, ao anunciar sua saída, iniciou uma disputa legal para dissolver formalmente o grupo – o que nunca funcionou.
Em 2018, o baterista Nick Mason comentou a situação:
“É algo muito estranho na minha opinião, mas acho que o problema é que Roger não respeita David de verdade. Ele sente que escrever é tudo, e que tocar guitarra e cantar são coisas que, não vou dizer que qualquer um pode fazer, mas que tudo deve ser julgado pela escrita e não pela execução. Acho que irrita Roger que ele tenha cometido um tipo de erro de forma que ele deixou a banda presumindo que sem ele ela iria acabar.”
Décadas se passaram e Waters e Gilmour continuam protagonizando discussões acaloradas mesmo à distância. Recentemente, a esposa de David, Polly Samson, acusou o ex-companheiro de seu marido de antissemitismo e foi apoiada por Gilmour, pesando ainda mais o clima entre os músicos.
Dave Grohl e Courtney Love
Com o falecimento de Kurt Cobain em 1994, o espólio do Nirvana foi dividido entre os integrantes remanescentes da banda e a viúva do vocalista, a cantora Courtney Love, mas isso gerou diversos conflitos judiciais entre a líder do Hole e Dave Grohl.
Entre as inúmeras provocações protagonizadas pelos artistas, em 1999, o líder do Foo Fighters apontou no programa de Howard Stern que sua música favorita do Hole era “Teenage Whore”, justificando que era a única música que ele tinha certeza de que havia sido escrito por Love. Por outro lado, Courtney inciou uma disputa legal sobre músicas inéditas do Nirvana afirmando que “o Nirvana era Kurt Cobain”.
Certa vez, a viúva de Cobain sugeriu que Grohl era “sexualmente obcecado” por seu marido e alegou que o motivo dele ter escolhido Taylor Hawkins para ser o baterista dos Foos era por conta da semelhança com o frontman do Nirvana.
De lá pra cá, houve uma espécie de reconciliação entre eles por causa de eventos como o Hall da Fama do Rock And Roll, mas não dá pra saber se Dave e Courtney de fato fizeram as pazes…
Morrissey e Robert Smith
A rivalidade entre Morrissey e Robert Smith parece ter surgido após o líder do The Smiths ter sido questionado sobre quem seria atingido primeiro por uma bala caso ele estivesse com uma arma em uma sala com Robert Smith e Mark E. Smith (The Fall).
Demonstrando sua aversão pelo líder do The Cure, ele disse:
“Eu os alinharia para que uma bala os penetrasse simultaneamente. Robert Smith é um chorão. É bem curioso que ele tenha começado a usar trancinhas [no cabelo] no surgimento dos Smiths e tenha sido fotografado com flores. Imagino que ele apoia bastante o que fazemos, mas nunca gostei do Cure… nem mesmo de ‘The Caterpillar’.”
Alguns anos depois, Robert Smith, que já havia sido criticado por Morrissey por ter explorado o rock gótico, respondeu às críticas de Moz em entrevista ao The Quietus:
“Ele é um cretino miserável. Ele é tudo o que as pessoas pensam que eu sou. Morrissey canta a mesma música toda vez que abre a boca. Pelo menos eu tenho duas músicas, ‘The Love Cats’ e ‘Faith’. Se ao menos as pessoas soubessem o quão fácil é estar em grupos como os Smiths…”
Já em 2018, parece que a paz foi selada entre os britânicos. Isso porque Smith apontou ao The Guardian que “nunca entendeu de verdade” a rixa com Morrissey e, mais tarde, o líder do The Smiths admitiu que as provocações com Robert estão entre seus poucos arrependimentos.
Liam Gallagher e Noel Gallagher
Os fãs do Oasis logo se acostumaram com a difícil convivência entre Liam e Noel Gallagher, que gerou inúmeros conflitos ao longo da trajetória da banda e também após o grupo ter entrado em hiato.
Mesmo antes de sua separação em 2009, o relacionamento dos irmãos já estava extremamente abalado – tanto que eles estavam viajando separadamente e seus shows se tornaram apenas obrigações. Em 2015, Noel confessou que a noite em Paris em 2009 realmente fez com que ele colocasse um ponto final na carreira do Oasis:
“Tínhamos dois shows restantes, e acho que se eu tivesse chegado ao fim daquela turnê e tivesse seis meses de folga, eu teria simplesmente esquecido e continuado. Mas a gota d’água foi a noite em Paris, e isso foi uma luta. Não há nada escondido.”
Depois de longos 15 anos, o Oasis anunciou seu tão aguardado retorno aos palcos com uma turnê especial que será realizada em 2025, com direito a dois shows no Brasil. Por enquanto, os fãs estão torcendo para que Liam e Noel não briguem até que os shows aconteçam!
Oasis e Blur
É claro que Liam e Noel Gallagher não tretaram só entre si! No auge do Britpop, Oasis e Blur se tornaram os nomes mais marcantes do rock britânico na década de 1990.
Diferentes razões provocaram a rivalidade entre os grupos, mas um deles era o fato do Oasis estar mais conectado à massa trabalhadora de Manchester, no Norte, enquanto o Blur simbolizava a classe média de Londres e os jovens da classe artística no Sul da Inglaterra.
Outro motivo marcante se deu em 1995, quando as bandas se enfrentaram nos charts pela primeira vez com os singles “Country House” e “Roll With It”. Ambas as faixas integrariam novos discos, que sairiam entre Setembro e Outubro: The Great Escape, que fecha a trilogia britpop do Blur, e (What’s The Story?) Morning Glory, álbum clássico dos irmãos Gallagher.
A disputa foi chamada pela mídia de “batalha do britpop” e no final terminou com a vitória do Blur, que vendeu 274 mil cópias, contra 216 mil do Oasis.
Em 2019, no entanto, Noel Gallagher refletiu sobre aquele período, apontando que “foi ridículo”. Ele argumentou que “toda aquela parte do britpop foi tão desnecessária” e, hoje em dia, para a felicidade de muitos fãs, os músicos são amigos e até já colaboraram juntos.
Bob Dylan e John Lennon
Bob Dylan e John Lennon marcaram a história da música de uma maneira profunda, influenciando diversas gerações de artistas e, de certa forma, influenciando um ao outro. Mas, apesar de muitos considerarem essas semelhanças algo positivo nas obras dos ícones musicais, Dylan reagiu com menos admiração.
O astro do Folk Rock parece ter ficado bastante incomodado ao perceber que a música “Norwegian Wood (This Bird Has Flown)”, composta por Lennon e lançada no disco Rubber Soul dos Beatles, se parecia muito com o estilo de suas obras. Isso resultou em uma espécie de resposta de Dylan através da faixa “Fourth Time Around”, que supostamente ironizava Lennon no final da música: “eu nunca pedi sua muleta, agora não peça a minha”.
Ao ouvir Rubber Soul, Bob Dylan teria dito:
“O que é isso? Sou eu, Bob. [John] está me copiando! Até Sonny & Cher estão me copiando, mas, porra, eu inventei isso”.
Exagerou?
Nirvana e Guns N’ Roses
No início dos anos 90, quando o Nirvana passou a ganhar força com o movimento grunge, bandas de Glam/Hair Metal mais próximas do Hard Rock, como o Guns N’ Roses, eram as responsáveis por dominar a cena.
Não demorou muito para que Axl Rose se tornasse um grande admirador da banda dona do aclamado disco Nevermind, mas o sentimento não era muito recíproco pela parte do vocalista Kurt Cobain, que considerava Axl e o Guns como pessoas “que não têm nada a dizer”, falando em entrevistas que o Nirvana teria um papel oposto a esse.
Após o Nirvana ter recusado abrir os shows do Guns em uma turnê por estádios que também contaria com o Metallica, Cobain e Rose passaram a trocar farpas frequentemente em suas entrevistas. Porém, a treta ficou ainda mais intensa quando os dois grupos se encontraram em uma premiação da MTV em 1992.
Enquanto Axl Rose estava acompanhado por cinco seguranças e quase brigou com a então esposa de Cobain, Courtney Love, Duff McKagan empurrou Krist Novoselic, baixista do Nirvana, em uma discussão mais acalorada. Antes da situação piorar, eles foram acalmados pela segurança do evento.
Beatles e Rolling Stones
Com a famosa “invasão britânica”, duas bandas dominavam a cena musical: The Beatles e The Rolling Stone. Mas, ao invés do público e da imprensa incentivarem a união dessas duas potências, eles foram muitas vezes retratados como rivais.
Um pouco dessa rivalidade foi alimentada por John Lennon, que era conhecido por seu temperamento forte e certa vez provocou Mick Jagger:
“Cada porra de coisa que fazemos, Mick faz exatamente a mesma coisa — ele nos imita. E eu gostaria que um de vocês, pessoas do underground, apontassem. Vocês sabem que ‘Satanic Majesties’ é ‘Pepper’; ‘We Love You’ é uma porcaria, aquilo é ‘All You Need Is Love’.”
Apesar de muitos considerarem que os comentários de Lennon faziam sentido, muitas outras bandas daquele período também se inspiraram fortemente no Fab Four. Por outro lado, o importante é que, apesar de Lennon criticar certas produções dos Stones, o músico nunca pareceu ter nenhum tipo de rancor pessoal contra os integrantes dos Stones.
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