Black Sabbath: um ranking da pior à melhor faixa do disco de estreia


O mês era fevereiro de 1970, e uma banda de Birmingham, na Inglaterra, acabava de lançar um álbum que mudaria para sempre os rumos da música pesada. Com uma capa assustadora, riffs dissonantes, letras obscuras e um clima de terror, o Black Sabbath criou a receita não apenas do seu álbum de estreia, mas de todo o heavy metal.
O disco autointitulado, lançado há 55 anos, deu à banda de Ozzy Osbourne, Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward o título de “pais do metal”, com espaço para cada um dos integrantes mostrar sua virtuosidade nos instrumentos.
Agora, mais de cinco décadas depois, o TMDQA! decidiu revisitar todas as faixas dessa obra-prima e ordená-las da “menos boa” até a mais icônica.
Para deixar a coisa mais interessante, incluímos também a faixa bônus “Wicked World”, que só foi adicionada à tracklist original em 1996, mas que completou o conjunto de oito músicas que transformaram o rock como o conhecemos. Confira abaixo!
O histórico álbum Black Sabbath (1970), da pior à melhor faixa
8. “Sleeping Village”
Abrimos este ranking com um dos momentos mais experimentais do álbum! Sexta faixa do tracklist, “Sleeping Village” tem pouco mais de três minutos, mas deu tempo para Tony Iommi mostrar seus dedilhados suaves com vocais quase sussurrados de Ozzy por cima, em uma introdução cheia de suspense e digna de filme de terror.
Quando a música acelera, somos transportados para um “frenesi” instrumental com solos incríveis de guitarra e baixo que, embora não seja tão marcante como uma música separada, funciona perfeitamente como um interlúdio no disco.
7. “Warning”
“Sleeping Village” faz uma belíssima transição para “Warning”, que já começa mostrando um pouco mais de complexidade com um riff incrível de Geezer Butler. Mas esse é só o começo, porque estamos falando da faixa mais longa do álbum, com mais de 10 minutos de duração.
Essa é uma das duas covers presentes no disco, originalmente gravada em 1967 pela banda de blues Aynsley Dunbar Retaliation, mas que o Sabbath transformou em algo completamente novo, com longas passagens instrumentais que lembram uma jam session. Apesar de se arrastar em alguns momentos, a música mostra todo o virtuosismo dos pais do heavy metal.
6. “Evil Woman”
A nossa sexta posição é justamente a segunda cover do álbum, também de uma banda de blues rock, os australianos do Crow. Curiosamente, “Evil Woman” também foi regravada por Ike & Tina Turner, mas foi a versão do Sabbath que a transformou em um clássico.
É uma das músicas mais acessíveis do álbum, contrastando com o clima sombrio das outras faixas – o que está longe de ser um defeito. É mais um exemplo de como Ozzy e sua banda conseguiam transformar algo simples em uma canção poderosa e divertida, e só não ficou mais pra frente neste ranking por ser uma cover.
5. “Behind the Wall of Sleep”
Se o álbum Black Sabbath é o marco inicial do heavy metal, a música “Behind the Wall of Sleep” é a responsável por fazer a transição do blues – estilo dominante na época – para esse tipo de rock mais pesado. A quarta faixa do disco tem toda a estrutura e os riffs do blues, mas com a intensidade típica de Bill Ward na bateria.
A letra é enigmática, com referências a sonhos e dimensões ocultas, características que viriam a definir o estilo lírico da banda. Digo sem medo de errar que é a faixa mais subestimada de todo o disco, e merece estar no nosso Top 5.
4. “Wicked World”
Lançada originalmente como lado b do single “Evil Woman”, “Wicked World” se tornou rapidamente uma das favoritas dos fãs, e entrou como oitava faixa do tracklist oficial no relançamento do álbum para os Estados Unidos, em 1996. Curiosamente, ela é um tapa na cara da sociedade norte-americana.
Escrita por Geezer Butler, a letra critica a guerra, a pobreza e a hipocrisia do mundo moderno, e Ozzy Osbourne canta com uma urgência que dá vida à mensagem da música. Enquanto o riff de baixo carrega a música, é a guitarra de Iommi (como sempre) que rouba a cena com um solo de puro blues rock.
3. “The Wizard”
No pódio estão três clássicos incontestáveis, que se tornaram algumas das músicas mais populares em toda a carreira do Sabbath. “The Wizard” ficou com a medalha de bronze por ser um exemplo perfeito do lado mais criativo e experimental da banda – o que fica claro logo na introdução feita por Ozzy usando… uma gaita!
Inspirada na história do livro O Senhor dos Aneis (1954), a letra fala sobre um mago que usa seus poderes para incentivar as pessoas com quem ele cruza, contrastando com o estereótipo oculto e pessimista que ficou associado ao heavy metal. É uma mostra de como o grupo conseguia misturar história, peso e melodia de forma única.
2. “N.I.B.”
Sim, o Black Sabbath falava de magos bonzinhos… mas também falava de Lúcifer! A quarta faixa do álbum mostra a ousadia da banda em abordar temas tabu, e conta a história de um demônio que se apaixona e busca ser uma “pessoa” melhor.
É claro que precisamos falar sobre a histórica introdução de baixo feita por Geezer Butler, até hoje uma das primeiras coisas que jovens baixistas tentam aprender no instrumento. Por sinal, “N.I.B.” é uma das músicas mais populares do Sabbath, com 150 milhões de plays no Spotify e presença garantida no setlist de todos os shows da banda de 1970 até agora.
1. “Black Sabbath”
Black Sabbath é o nome da banda, o nome do álbum de estreia e também o título da primeira faixa do disco. A música de abertura é, sem dúvida, o coração do álbum com seu riff icônico e o clima de terror que definiu toda a carreira da banda de Ozzy Osbourne.
Dessa vez, o satanismo é o tema principal, sem floreios. A música e a letra foram inspiradas em uma experiência de Butler com o ocultismo, anos antes, em que ele alega ter recebido uma visita do próprio satã em sua casa – o que explica o primeiro verso: “O que é isso que está de pé na minha frente?”.
“Black Sabbath” é amplamente considerada a música que “inaugurou” o heavy metal, e seu estilo de riff com notas dissonantes se tornou um modelo para bandas que vieram depois. Do ponto de vista de narrativa musical, é uma obra-prima, tanto que ela também apereceu em todos os setlists ao vivo desde então. Medalha de ouro pra ela!
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