O guitarrista brasileiro Kiko Loureiro se tornou uma verdadeira referência dentro do cenário nacional ao fazer história e ir tocar em uma das maiores bandas de Thrash Metal do mundo.
Tocar no Megadeth concedeu a Kiko uma visão muito mais ampla do mercado norte americano e, obviamente, do show business internacional.
Em uma recente aparição no podcast Plugado, Kiko falou sobre a mentalidade do americano com relação ao negócio da música. O guitarrista inclusive falou sobre a visão do americano em relação ao posicionamento do seu país no mercado. O que um músico de lá pensa quando as bandas saem dos EUA para tocar em países da América Latina.

Kiko Loureiro começou contando sobre como era sua experiência e sua visão sobre tocar nos Estados Unidos desde seus tempos de Angra. Veja:
“Eu fiz minha história no Angra em cima de tocar na Europa, Japão e América Latina. Eu toquei pouco nos Estados Unidos, quando tinha alguma coisa lá eu era o primeiro a falar não. Porque era sempre roubada ir. Você vai, vai ficar um mês lá e vai voltar devendo. Eu pensava isso.
Porque sempre tem aquele lance de, ‘pô, vamos tocar nos Estados Unidos’, eu sempre fui do ‘não, vamos onde vai virar alguma coisa’. Ou pra pagar as contas ou se tiver um festival legal, tipo Prog Power, tem umas coisas que são legais.
Os Estados Unidos… é esquisito, pra quem vem de fora, você tem que entender de onde você tá vindo. Você tem que estar lá dentro, o Sepultura foi pra lá, eu acredito que se você quiser virar (fazer sucesso) nos Estados Unidos, primeiro de tudo você tem que estar morando lá.
O americano não consegue enxergar tem outras coisas fora dos Estados Unidos. Parece louco isso, mas ele é criado assim. Eles tem um país gigantesco lá, o cara faz turnê lá, todos os artistas estão grandes lá. De vez em quando, beleza, o cara vai pra Inglaterra, toca na Alemanha, Japão os caras sabem que tem uma cena também, e é meio que isso aí, entendeu?
Sabe que a América Latina é legal pra dar uma girada (no capital), pegar um dinheiro da galera lá. Deixa a galera sofrer lá, vamos pegar o dinheiro deles lá e voltar pros Estados Unidos.
Só que lá, comparativamente, você vai ver que se olhar as turnês, eu não fico olhando, mas eu vivi isso. Você faz três tours num ano, aí no outro ano de novo. Tem artistas que nem saem de lá. O mercado é muito forte, muito grande.”
Apesar do relato de Kiko Loureiro fazer muito sentido, nos últimos tempos temos visto muitas bandas e artistas norte americanos de renome reclamando de maneira ostensiva sobre o aumento dos custos para se fazer uma turnê dentro do país. Parece ser um consenso dentro do mercado do Heavy Metal que depois da pandemia, tudo ficou muito mais caro.
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