Bandas regravarem discos ou mesmo fazerem excursões tocando na íntegra algum álbum considerado clássico já não é mais novidade e, assim sendo, tem se tornado algo bem comum, na verdade. O End Of Green é mais um que entrou para essa lista após o lançamento de “Twinfinity” (2025).
Lá em 1996 o grupo alemão estreava com “Infinity”, um disco cheio de melancolia e com influências de Stoner, Grunge, Gótico e Rock alternativo. A banda chegou a se denominar depressed subcore, mas o rótulo não pegou. A sonoridade do álbum era crua, rústica mesmo (a banda nem costumava afinar seus instrumentos, disse o vocalista Michelle em uma entrevista). O que chegava aos nossos ouvidos era um som diferente, melancólico, isto é, uma mescla de Type O Negative com Soundgarden.
Oito discos depois e avançamos para 2025 quando o End Of Green resolve revistar seu passado lançando “Twinfinity” (2025), CD duplo que contém o original “Infinity” (1996) assim como sua regravação na íntegra (daí o “Twin” do título, uma brincadeira com a palavra “gêmeo”).

Diferenças entre o End Of Green dos anos 90 e agora
“Twinfinity” (2025) não é um “copia e cola” de “Infinity” (1996). As estruturas das músicas foram mantidas, mas foram dadas melhorias sutis aqui e ali.
“Eu queria ficar próximo ao sentimento da gravação original e trazê-la cuidadosamente para o presente. Com um som melhor e, espero, uma banda melhor. Essas velhas músicas ainda são muito queridas para mim e eu queria gravá-las da maneira como sempre deveriam soar. É uma homenagem aos nossos primórdios.”, disse o vocalista Michelle “Darkness”.
Muita coisa mudou desde 1996: os músicos se tornaram melhores em seus instrumentos, as técnicas de gravação evoluíram, bem como os sentimentos sobre as músicas se transformaram. O melhor exemplo de tudo isso são as interpretações de Michelle hoje em cada faixa: sua voz está mais equilibrada, dosando mais os tons e com entonações diferentes conforme cada momento pede. Esse soube envelhecer bem.
E vamos ser honestos: a regravação fez muito bem as faixas originais. As músicas soam mais vivas e, desse modo, há efeitos que valorizam as ideias originais e a produção supera com folga a do passado. “Infinity”, por exemplo, ganhou uma versão estendida de quase três minutos que a deixou perfeita.

Superando o passado de forma honesta
“Twinfinity” (2025) é um trabalho que reverenciou seu passado e respeitosamente o superou. O formato duplo foi uma boa sacada da banda/gravadora, pois, além de ser uma forma de poder comparar os discos, é uma oportunidade de os fãs adquirirem o disco original já fora de catálogo há uns bons anos
Lançado no formato digipack duplo, “Twinfinity” (2025) chega ao Brasil pela parceria Shinigami Records com a Reaper Entertainment. Assim sendo, inclui encarte do tipo pôster (47 x 24 cm) com as letras, a capa original e no verso uma foto ampliada atual dos integrantes.
Nota: 8
Integrantes:
Michelle “Darkness” (vocal e guitarra)
Michael “Sad Sir” Setzer (guitarra)
Oliver “Kerker” Merkle (guitarra)
Andreas “Hundi” Hund (baixo)
Mathias “Lusiffer” Siffermann (bateria)
Faixas:
CD 1 “Twinfinity” (2025) (re-recorded)
01 Left My Way 02 Away 03 Seasons Of Black 04 Infinity 05 Tomorrow Not Today 06 Sleep 07 You 08 Nice Day To Die 09 No More PleasureCD 2 “Infinity” (1996)
01 Left My Way 02 Away 03 Seasons Of Black 04 Infinity 05 Tomorrow Not Today 06 Sleep 07 You 08 Nice Day To Die 09 No More PleasureO post Resenha: End Of Green – “Twinfinity” (2025) (Re-Recorded) apareceu primeiro em Mundo Metal.