A noite de 12 de junho de 2025 no Heavy Beer, no Rio de Janeiro, foi palco de uma celebração do Metal pesado que superou todas as expectativas. Tim “Ripper” Owens entregou uma performance magistral, mergulhando o público em uma experiência intensa e inesquecível. Do primeiro riff ao último grito, Owens e sua banda demonstraram potência, precisão e uma paixão contagiante pelo gênero.
A banda de apoio de “Ripper” se revelou um esquadrão de músicos de elite, proporcionando uma base sonora robusta e tecnicamente impecável. Fabio Carito no baixo e Marcus Dotta na bateria estabeleceram um ritmo implacável, com uma cozinha pulsante que ressoou por todo o local. Nas guitarras, Bruno Luiz e Wander Cunha destilaram riffs cortantes e solos virtuosos, preenchendo o ar com a energia crua do Metal. A sincronia exemplar entre os músicos criou uma parede de som imponente, servindo como a tela perfeita para a voz titânica de Owens.
A performance vocal de Tim “Ripper” Owens foi, sem dúvida, o ponto alto da noite. Com uma extensão e controle vocal que poucos vocalistas de Metal possuem, ele navegou pelas complexidades de cada música com maestria. Os agudos cristalinos, os vocais rasgados e a potência inabalável que o tornaram uma lenda estavam em plena exibição. Ele cantou com uma ferocidade palpável, mas também com a sutileza necessária para transmitir a emoção de cada letra, provando mais uma vez que sua voz é um instrumento de versatilidade e poder surpreendentes. Sua entrega foi visceral, estabelecendo uma conexão direta e profunda com a alma dos fãs.

Mãos chifradas para o alto, coros em uníssono!
A reação do público foi um capítulo à parte na narrativa da noite. Desde o momento em que “Ripper” pisou no palco, a energia se tornou palpável e contagiante. Mãos chifradas para o alto, coros em uníssono e um headbanging incessante pontuaram cada momento do show. A cada solo de guitarra, a cada refrão icônico, a plateia respondia com um fervor que só o Heavy Metal é capaz de inspirar. A conexão evidente entre o artista e seus fãs criou uma atmosfera de comunhão, onde todos celebravam a paixão compartilhada pelo gênero. Era notável que muitos ali eram fãs de longa data, conhecendo cada letra e melodia, o que amplificava a experiência coletiva.
O setlist, inteligentemente construído, foi um verdadeiro deleite para os amantes do Metal, abrangendo diversas fases da carreira de Owens e prestando homenagens a clássicos inesquecíveis.
“Jugulator” abriu a noite com um impacto direto, imergindo o público na atmosfera pesada e agressiva da era Ripper no Judas Priest, uma faixa presente no álbum homônimo. “Green Manalishi (With the Two Pronged Crown)” manteve a energia em alta. A canção do Fleetwood Mac acabou se tornando um clássico atemporal nas mãos do Judas Priest, à partir de sua aparição na versão norte americana do álbum “Killing Machine”. Nem é preciso dizer que incendiou a plateia com sua pegada roqueira e riffs memoráveis.

Tim “Ripper” Owens entregou uma performance emocionante
“Burn in Hell” deu continuidade à investida. Esta poderosa faixa do Judas Priest, também do álbum “Jugulator”, permitiu que Owens demonstrasse sua capacidade de entregar vocais agressivos e potentes que se encaixavam perfeitamente na temática sombria apresentada. “Hellfire Thunderbolt” trouxe a intensidade de seu primeiro trabalho com a banda KK’s Priest. A canção do álbum “Sermons Of The Sinner”, mostrou que a chama da composição e performance de Ripper ainda arde forte, com riffs pesados e um refrão cativante.
“Beyond The Realms Of Death” foi certamente um momento de rara beleza e poder. Ripper entregou uma performance emocionante e cheia de melodia, explorando as nuances mais profundas de sua voz nesta faixa clássica do Judas Priest, presente no álbum “Stained Class”. Contudo, “Scream Machine” trouxe a fúria e a velocidade características de seu projeto Beyond Fear. Esta música, do álbum homônimo, apresentou vocais rasgados e uma instrumentação que inegavelmente acelerou o pulso da audiência.
“Blood Stain” manteve o ritmo acelerado, com a banda mostrando sua coesão, assim como Ripper exibindo sua versatilidade vocal ao transitar entre passagens melódicas e outras mais brutais. Para a alegria dos fãs, esta foi mais uma do álbum “Jugulator” do Judas Priest. “One More Shot At Glory” foi um hino que ressoou profundamente com a plateia. Com refrão poderoso e uma mensagem de perseverança, a faixa do disco “The Sinner Rides Again” do KK’s Priest elevou o moral do público.

Uma experiência memorável para qualquer fã de Metal
“Wrathchild” foi uma grata surpresa, com Ripper prestando um tributo impecável ao vocalista Paul Di’Anno, que nos deixou recentemente e, com toda a certeza, foi o responsável por eternizar essa canção do Iron Maiden, do álbum “Killers”. “Hell is Home” manteve pesada a entrega e, desse modo, trata-se de mais uma composição da era Ripper no Judas Priest, desta vez do álbum “Demolition”, com sua atmosfera sombria e refrão marcante.
Em seguida, “The Hellion/Electric Eye” foi um dos ápices da noite, com a banda em plena forma. Entregando a abertura instrumental poderosa seguida pela energia contagiante de “Electric Eye”, Ripper demonstrou todo o seu impressionante alcance vocal. Ambas as faixas são do Judas Priest, diretamente do álbum “Screaming for Vengeance”.
“Living After Midnight” levou a multidão ao delírio. Este hino de festa do Judas Priest, do álbum “British Steel”, transformou o Heavy Beer em uma grande celebração coletiva, com todos cantando em coro. Para fechar com maestria, em seguida tivemos outra grande faixa do Judas Priest, desta vez do álbum “Demolition”. “One On One” encerrou a noite com chave de ouro, com sua energia contagiante e a entrega final de Ripper, deixando o público sedento por mais e com a certeza de ter presenciado um show inesquecível.
Em suma, o show de Tim “Ripper” Owens no Heavy Beer foi uma experiência memorável para qualquer fã de Metal. A combinação da voz de Owens, a competência da banda e a paixão inabalável do público resultou numa noite que ecoará na memória dos presentes. Um verdadeiro testamento ao poder duradouro do Heavy Metal.
Assista “Beyond The Realms Of Death”, cortesia do canal Live Metal Videos:
O post Tim “Ripper” Owens (Live Review): Uma Noite Eletrizante de Metal no Heavy Beer apareceu primeiro em Mundo Metal.