Kendrick Lamar no Super Bowl: 5 momentos icônicos do show


O rapper Kendrick Lamar subiu ao palco do show do intervalo do Super Bowl LIX, no último domingo (9), apresentado pela Apple Music, e entregou uma performance inesquecível. O cantor de Compton se tornou o primeiro artista do gênero a ter uma perfomance solo no maior evento esportivo da televisão americana.
Lamar tomou conta do Caesar’s Superdome, em Nova Orleans, para apresentar sucessos que percorrem toda a sua discografia. O show foi recheado de easter eggs e referências marcantes, desde a introdução feita pelo ator Samuel L. Jackson até o momento final, quando estampou um gigante “Game Over” no estádio.
Ao longo do show, Kendrick Lamar cantou músicas como “Squabble Up”, “Element”, “DNA”, “Man at the Garden” e “All the Stars”, esta última com a participação de SZA, entre outras faixas.
Veja abaixo 5 momentos marcantes da apresentação do rapper no Super Bowl:
1. A última tampa no caixão de Drake
Kendrick não esqueceu sua briga com o rapper canadense Drake. Antes do show, havia uma grande dúvida se ele cantaria ou não “Not Like Us” — a faixa em que acusa Drake de pedofilia. A diss foi a canção mais impactante de 2024 e, na semana passada, conquistou cinco Grammys, incluindo Canção do Ano e Gravação do Ano.
E ele não apenas cantou, como fez ainda mais. No começo da apresentação, K. Dot cantou “euphoria”, a sua primeira diss contra o canadense. Depois, ao longo do show, provocou o rival colocando os primeiros segundos do instrumental de “Not Like Us”, instigando os fãs.
Antes de iniciar “Not Like Us”, Kendrick ficou parado no campo e declarou: “Eu queria cantar a música favorita deles, mas vocês sabem que eles adoram processar”, fazendo referência à ação legal que Drake moveu contra a Universal Music Group pelo lançamento e promoção da faixa.
Ele também não hesitou em incluir o verso polêmico de “a minor” (“um menor de idade”, em português), chegando até a encarar diretamente a câmera ao mencionar o nome de Drizzy durante a performance. O momento triunfal selou a vitória definitiva na guerra com Drake.
2. Serena Williams no palco
A tenista Serena Williams foi uma das participações especiais no show do intervalo do Super Bowl de Kendrick Lamar. A lenda do tênis, nascida em Compton, subiu ao palco e fez o C-Walk durante a performance de Lamar de “Not Like Us”.
O C-Walk nasceu através dos membros dos Crips, que além de demonstrarem sua afiliação à gangue, também usavam a dança para comemorarem a morte de inimigos. Serena já havia feito a dança após vencer Maria Sharapova nas Olimpíadas de 2012, em Wimbledon.
A participação de Serena foi interpretada, nas redes sociais, como uma alfinetada a Drake. O rapper canadense e a tenista foram alvo de rumores sobre um possível relacionamento em 2015. Em agosto de 2024, ele chegou a confirmar que a música “Too Good”, feita em parceria com Rihanna no álbum Views (2016), foi inspirada na atleta.

3. Samuel L. Jackson, o Tio Sam
O ator Samuel L. Jackson abriu o show vestido como uma versão satírica do Tio Sam, que passou toda a apresentação observando Lamar com um olhar ameaçador e alertando: “Não faça nada muito barulhento, nada muito imprudente, nada muito gueto”.
Sob os olhares de Donald Trump na plateia, novamente Kendrick Lamar usou sua apresentação para atacar símbolos dos Estados Unidos. “A revolução vai ser televisionada. Você escolheu a hora certa, mas o cara errado”, declarou ele.
Em seguida, os dançarinos, vestidos de vermelho, branco e azul, marcharam até formarem uma bandeira dos Estados Unidos.
4. A bandeira dos EUA
A apresentação de Kendrick Lamar também teve o objetivo de trazer uma nova interpretação ao principal símbolo do americano: a bandeira dos Estados Unidos. Durante a música “Humble”, dançarinos negros vestidos de branco, vermelho e azul formaram a bandeira do país.
O azul e o vermelho também são cores que representam as principais gangues de Compton, os Crips e Blood, respectivamente. Ao trazer esse momento para o palco, Kendrick reforça seu compromisso em unificar a população negra do país, além de deixar uma crítica ao fato da bandeira dos Estados Unidos ter se tornado um símbolo da direita.

5. Game Over
O palco montado por Kendrick Lamar também trouxe uma outra referência: um grande PlayStation representado pelo triângulo, quadrado, X e círculo — os botões que formam o controle do console.
Lamar optou pelos símbolos para ajudar a “retratar sua vida como um videogame”. Em um dos momentos, o Tio Sam brinca com a narrativa da apresentação: “Você realmente sabe como jogar o jogo? Então, se prepare!”
Ao fim da apresentação, um jogo de luzes na plateia estampou um enorme “Game Over”, mostrando que não só “zerou” o jogo do rap, quanto também derrotou Drake na histórica briga da indústria.

Extra: A corrente e a bandeira palestina
Um detalhe que chamou atenção foi a escolha de acessórios de Kendrick, principalmente uma corrente com a letra minúscula “a”. Nas redes sociais, muitos fãs rapidamente interpretaram isso como uma referência a um verso específico de sua diss contra Drake, mais precisamente a parte que fala sobre “a minor”, ou “uma menor”.
Entretanto, a especulação não durou muito. O “a” faz parte da estética visual adotada pela pgLang, empresa de Kendrick e Dave Free. O fato foi confirmado pelo joalheiro Elliot Eliantte, responsável pela criação da peça.
Outro momento marcante do show de Kendrick Lamar foi quando um dançarino foi detido pela segurança após levantar uma bandeira sudanesa e a bandeira palestina, junto com as palavras “Sudão” e “Gaza” escritas nelas no final da apresentação.
O momento aconteceu durante a última música, “tv off”. Fotos e vídeos do momento mostraram a pessoa segurando a bandeira enquanto estava atrás do carro usado no cenário. O rapaz pulou do palco e correu pelo campo por cerca de 20 segundos antes de ser abordado e detido. Depois que as luzes voltaram, ele foi levado para fora do campo.
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