The Offspring: Nem o calor e a chuva impediram o punk rock de emocionar Curitiba!

The Offspring: Nem o calor e a chuva impediram o punk rock de emocionar Curitiba!
Compartilhe nas Redes Sociais

The Warning, The Offspring e Amyl and the Sniffers

The Offspring finalmente chegou a Curitiba neste dia 9 de março de 2025, com o Punk Is Coming, evento para divulgar seu novo álbum Supercharger. Além disso, não veio sozinho, o “festival” contou com  Amyl and The Sniffers, The Warning, The Damned, Rise Against e Sublime.

Primeiramente, vale falar do local escolhido para o Punk Is Coming, nada menos do que a Pedreira Paulo Leminski. Como o nome já diz, uma pedreira desativada há muitas décadas e que virou área para festivais e shows de grande porte. Pode-se dizer que é um palco em meio à natureza, cercada de árvores e lagos, torna-se uma experiência única. Além de ter as pedrinhas para evitar o excesso de lama quando chove. Devidamente aprovadas na chuva que caiu do meio para o final da tarde.

Line up completo na capital paranaense para abrir para The Offspring

O dia começou cedo para os fãs curitibanos, antes das dez horas da manhã a fila já estava grande, em frente aos portões de entrada. A estrutura dos serviços, entre eles bombeiros, ambulâncias, seguranças e profissionais para informações ao público, estava muito bem estruturada e a sensação era de segurança e organização por parte dos responsáveis pelo evento.

Os portões tardaram a abrir, pois algumas bandas ainda precisaram passar o som, tendo em vista que na noite de ontem, dia 8 de março, estavam na cidade de São Paulo. Foi perfeitamente compreensível, mas para o alívio geral, por volta das 10 e meia, o público foi sendo liberado.

Vale ressaltar a agilidade da organização, pois em alguns minutos, a grade em frente ao palco foi sendo tomada por fãs, em sua maioria com camisetas da banda The Warning e alguns ansiosos para presenciar a banda tão falada do momento Amyl And The Sniffers.

Mas o dia estava apenas começando na capital paranaense, ainda estavam por vir, a lenda do punk The Damned, os americanos do Rise Against, muito aguardados pelo público que ainda estava chegando. Além de Sublime e The Offspring para fechar a noite.

O punk e a atitude de Amyl and the Sniffers

Atualmente, onde o politicamente correto reina sobre nossas cabeças, eis que, para quebrar as regras, surgem os australianos do Amyl And The Sniffers. Não é de se espantar que do outro lado do mundo, onde ainda se tem feridas sociais e injustiças históricas abertas, venha o respiro.

A vocalista possui uma presença de palco arrasadora e provocativa, trazendo o espirito do punk de volta a vida. A interação com os músicos é constante, o posicionamento de palco foi excelente, afinal se tratava de um palco de tamanho considerável, digno de grandes festivais. O público presente ovacionou a banda, pena que foi um set list mais curto, afinal, ainda haviam cinco bandas para subir ao palco da Pedreira.

The Warning: A banda queridinha entre a galera

Foi por volta do meio dia, já com um calor muito forte, que The Warning subiu ao palco. A banda composta pelas irmãs mexicanas Daniela, Paulina e Alejandra, chegam cheias de atitude e carisma, para a alegria dos fãs.

Apesar da excelente técnica na execução de seu setlist e a preocupação com a apresentação, a disposição das artistas no palco ficou um pouco prejudicada. Inclusive, pode-se perceber que houve algo errado na posição dos equipamentos da vocalista e guitarrista Daniela. A distância entre ela e as outras irmãs ficou bem visível. Mas o público não se importou e aproveitou cada minuto do talento desta nova geração do punk, especialmente por ser formada só por mulheres.

The Damned, percursores do punk rock britânico

E quem diria, que Curitiba teria a honra de receber a banda The Damned, formada em 1976, época áurea do movimento punk britânico. Um pouco antes da banda subir ao palco, já dava para perceber o aumento do público. Consegue-se perceber também que Punk Is Coming conseguiu contemplar todas as gerações, com a presença de crianças, adolescentes, pais e avós, famílias unidas em um único festival.

Convém lembrar que o calor no local, apesar de ser aberto, estava beirando o insuportável, e as poucas sombras já eram escassas. Com isso, a banda acabou sofrendo um pouco as altas temperaturas, mas permaneceram executando seu repertório de forma louvável e com muita interação com os fãs.

O público revezava bastante entre a grade e os locais para comprar comidas e bebidas, principalmente água e cerveja. Lembrando que a equipe entre o palco e a grade, o famoso pit dos fotógrafos, distribuiu copos de água gratuitamente durante todo o festival, era somente pedir. Inclusive no auge do calor, também foi distribuído gelo aos presentes.

Rise Against: O punk rock político e ativista em cena

Definitivamente, o Rise Agaist era uma das bandas mais aguardadas pela maioria do público. Grande parte devido à divulgação da excelente performance da banda no Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo. Mas também pela passagem da banda pelo Brasil no festival Lolapaloozza em 2023, mostrando que a banda possui uma legião de fãs por aqui.

O Rise Against, foi formado em Chicago, no ano de 1999, e ainda é um dos maiores nomes do punk em atividade. Impossível não elogiar a presença de palco, a coreografia entre os músicos, tão naturalmente realizada enquanto destilavam os melhores hits de sua carreira. Composta pelo vocalista Tim Mcllrath, Joe Principe no baixo, Zach Blair na guitarra e Brandon Barnes nas baquetas.

Não faltaram as músicas “Give”, “Satellite”, o novo single “Nod”, “Make It Stop” e a mais aguardada e o auge do show, a maravilhosa “Savior”. Com certeza, a banda conseguiu mais uma enxurrada de novos fãs.

Entretanto, nesta altura do dia, o relógio já marcava três e meia da tarde, o auge do calor, muito atípico para a cidade de Curitiba. Talvez por isso, a produção e organização pecou pela falta de tendas e áreas verdes para descanso e alimentação.

Sublime, expectativas e chuva forte

Talvez os momentos que antecederam o show do Sublime e alguns momentos durante a apresentação, tenham sido os mais críticos com relação á situação do público. Que, após enfrentar bravamente o calor, foi surpreendido por uma chuva, que começou refrescante e tornou-se forte, durante a apresentação da banda. Neste ponto, as pessoas começaram a tomar as várias saídas de emergência do local, que contava com cobertura e abrigo da chuva.

Entretanto, a equipe de bombeiros, foi prontamente tentar abrir espaço entre as pessoas, para liberar as saídas, tudo em meio à revoltas do público. Sem ter o que fazer, a não ser ficar na chuva e tentar curtir a banda. Diga-se de passagem, as músicas executadas pelo Sublime evocaram muitas memórias afetivas daqueles que viveram os anos noventa, a energia do festival diminuiu, muitos foram aos bares, que tiveram problemas com a demanda do público, e em meio a chuva, quem não ficaria nervoso em esperar o show inteiro do Sublime por um copo de refrigerante ou cerveja.

A banda, que conta no vocal, com o filho do vocalista original, falecido antes de ver o sucesso de suas composições. Mas todos os maiores hits fizeram parte da apresentação, como as músicas “Santeria”, “What I got” e “Wrong Way”. Mas infelizmente, o público desanimou, inclusive quando o vocalista pergunta se as pessoas querem ouvir mais, a resposta foi o silêncio e o cansaço dos presentes.

Afinal, o dia foi longo, e ainda faltava a banda principal, fato que ficou bem aparente no show do Sublime. Mas diga-se de passagem, dançar e cantar “Santeria” na chuva foi um momento divino.

The Offspring: O merecido ‘gran finale’

Finalmente estava chegando o momento tão aguardado do dia, a apresentação do The Offspring. A chuva deu uma pequena trégua, os ânimos do fãs melhoraram e tudo indicava para um final feliz do Punk Is Coming.

E foi com “Thunderstruck” do AC/DC e o belo anoitecer no céu da Pedreira Paulo Leminski, que marcou o início do show do The Offspring. Além disso, muita gente deixou para entrar no local um pouco antes da apresentação principal, o que deu a sensação de lotação máxima.

Sem mais a dizer, por volta das 18:10, a banda inicia com “All I Want”, seguida do clássico “Come Out and Play” com energia total, enlouquecendo a todos. Na sequencia “Want You Bad” e para delírio geral chega o momento da nova música “Come to Brazil” do álbum Supercharger.

Não faltaram show pirotécnico, balões gigantes, chuva de papel, enfim, teve de tudo que os fãs tinham esperado. Destaque para a chuva de papéis coloridos alongados que deixaram as fotos e o espetáculo inesquecíveis.

Foram momentos únicos de amigos, casais, famílias, todos cantando juntos os hits de suas vidas, “Why Don´t You Get a Job”, “Pretty fly”, entre outras. Mas no final, vem o melhor, com “The Kids Aren´t Alright e fechando a noite com “Self Esteem”.

A banda, composta por Dexter Holland, Todd Morse, Kevin “Noodles” Wasserman e Brandon Pretzborn deu show de simpatia. Inclusive agradeceram a presença de todos, mesmo com as condições climáticas adversas e elogiaram muito o local do show.

Dá pra dizer que “punk was here” com The Offspring & Cia.

O dia foi árduo, com altos e baixos, mas foi típico de filmes hollywoodianos. Tudo valeu a pena para o almejado final feliz! Que venham mais eventos assim!

Confira as fotos dos shows tiradas por Vladimir Silverio:

LEIA TAMBÉM: Punk is Coming: Confira os shows de Amyl and the Sniffers, The Warning, The Damned, Rise Against e Sublime

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *