5 lições que o filme “Conclave” trouxe sobre a escolha do novo Papa – e uma falha feia


O Papa Francisco nos deixou aos 88 anos no dia 21 de abril e, após a triste notícia, a atenção de muitas pessoas está voltada ao Colégio dos Cardeais, que em breve irá iniciar um conclave para eleger um novo papa.
Podemos dizer que o interesse em relação ao processo de votação religioso que acontece no Vaticano, provavelmente a partir desta quarta-feira (7), tomou uma proporção ainda maior desta vez por conta do filme Conclave, lançado em 2024.
A obra estrelada por Ralph Fiennes e Stanley Tucci e dirigida por Edward Berger aborda o processo de seleção do papado, que se inicia logo após a morte do Papa. Baseado no livro de Robert Harris, o filme que venceu o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado ensina fases importantes sobre o processo que costuma acontecer de forma extremamente secreta.
Confira abaixo as principais lições presentes no filme – e também uma falha feia – em relação ao conclave da vida real!
5 vezes que o filme Conclave acertou em cheio
1. A destruição do anel do Papa
No filme, após a morte do Papa fictício, o anel papal é arrancado do dedo do religioso e destruído diante de testemunhas. De acordo com especialistas, este é um processo real assim como o selamento do quarto do líder.
2. Duração do processo do conclave
Após a morte de um papa, o novo líder será escolhido pelos mais altos funcionários da Igreja Católica, que integram o Colégio dos Cardeais. Todos são homens, nomeados diretamente pelo Papa, e ao todo são 252. Porém, apenas 138 são elegíveis para votar no novo Papa, sendo os demais maiores de 80 anos.
Os religiosos são isolados durante o processo eleitoral, que envolve votação contínua até que uma maioria de dois terços seja alcançada. O processo pode levar vários dias, embora em séculos anteriores a votação durasse semanas ou meses, e foi bem retratado no longa.
3. Anúncio do novo Papa feito pela fumaça
O filme Conclave mostra uma fumaça preta saindo de uma chaminé de cobre da Capela Sistina enquanto os cardeais decidem sobre o futuro do papado. Depois que o novo Papa é finalmente escolhido, a fumaça lançada se torna branca, e multidões podem ser ouvidas celebrando a decisão.
Este processo também acontece no conclave real, e a fumaça vem, em parte, da queima das cédulas dos cardeais em um forno especial na capela. Para deixá-la em sua cor correta, normalmente a fumaça é misturada com aditivos químicos, queimados em um segundo forno!
4. Discursos durante o conclave podem influenciar na decisão do novo Papa
Na produção, dois dos principais candidatos fictícios ao cargo do Papa fazem discursos no início do filme, que acabam influenciando os cardeais. De acordo com especialistas e com cardeais, as duas últimas eleições papais foram fortemente influenciadas pelas declarações de dois cardeais.
Escrevendo para o Benedictine College nos EUA, o especialista em catolicismo Tom Hoopes explicou:
“A homilia do Cardeal Joseph Ratzinger sobre a amizade com Jesus Cristo o ajudou a se tornar o Papa Bento XVI, e as observações do Cardeal Jorge Bergoglio sobre a evangelização nos deram o Papa Francisco.”
Já está curioso para saber qual discurso vai se destacar dessa vez?
5. Política interna durante o processo
No enredo de Conclave, o processo de escolha do novo Papa é permeado por acusações de cardeais quebrando seus juramentos: há acusações de sexo, filhos escondidos e até mesmo chantagem. O diretor do Centro Bernardin da União Teológica Católica, Steven P. Milles, disse à CNN que há de fato uma “construção cuidadosa de coalizão” durante o período do conclave.
Segundo o profissional, a “politicagem” não nega o envolvimento do Espírito Santo (também não o garante, é claro). Ele explica:
“Se o Espírito será atendido ou não, cabe aos cardeais. Mas o Espírito está presente, e a contagem dos votos é uma parte necessária do processo”.
A grande falha em Conclave, o filme
A obra vencedora do Oscar também possui algumas falhas, ao tomar liberdades poéticas e retratar coisas que não ocorrem durante um conclave.
No filme, o Cardeal Lawrence quebra diversas regras, e as duas mais grosseiras são invadir os aposentos fechados do falecido papa para investigar outros cardeais e contar a outro cardeal algo que lhe foi dito no confessionário.
É aí que mora o problema: segundo o Código de Direito Canônico, a pena por quebrar o sigilo da confissão é a excomunhão e, apesar de não haver nenhuma punição específica estipulada para quem invadir os aposentos pessoais do falecido papa, também é improvável que o Cardeal Lawrence conseguisse escapar impune e ainda assim ser um candidato favorável ao papado na vida real.
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