Opeth (Live Review) – Livres, Leves e Soltos no Espaço Unimed

Opeth (Live Review) – Livres, Leves e Soltos no Espaço Unimed
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Após sua passagem no sábado, 19 de abril, pelo festival Monsters Of Rock, onde tocaram ao lado das bandas Stratovarius, Europe, Scorpions, Queensryche, Judas Priest e Savatage, o Opeth, banda sueca de Progressive Death Metal, subiu ao palco do Espaço Unimed para sua segunda apresentação em terras tupiniquins.

Após o já mencionado Monsters, o quinteto sueco composto por Mikael Åkerfeldt (vocais, guitarras), Fredrik Åkesson (guitarras), Joakim Svalberg (teclados), Martín Méndez (baixo), assim como Waltteri Väyrynen (bateria), abriram aquela noite que teria como atração principal os americanos do Savatage, banda que retornou definitivamente aos palcos após mais de duas décadas de silêncio.

Em uma performance mais intimista, e desta vez tocando para uma leva de fãs que foram lá especialmente para vê-los, o grupo pode desfrutar de um setlist mais longo (duas músicas a mais), ao mesmo tempo em que estiveram mais próximos de seus seguidores (que não são poucos), num show que certamente deixou marcas positivas para a banda e evidentemente para seus fãs.

Se no sábado o grupo sentiu-se um “Gremlin”, frase proferida por Mikael Åkerfeldt, aqui eles finalmente estavam mais livres, mais tranquilos, tocando para uma plateia menos diversificada e talvez até mais “curiosa” pra vê-los, além de, é claro, seus leais fãs que marcaram presença.

Crédito das fotos: Reinaldo Canto/ Ricardo Matsukawa/ Mercury Concerts

Com a plateia na mão

Com uma apresentação que durou aproximadamente 01h25m, o Opeth subiu ao palco exatamente às 19h, com a missão de conduzir um show empolgante que agradasse não apenas seus admiradores, mas também aos menos familiarizados com a sonoridade do quinteto e estavam ali para ver a segunda banda da noite, o Savatage.

A banda começou mandando os acordes de “§1”, faixa que abre o álbum “The Last Will And Testament”, novo trabalho de inéditas lançado em novembro do ano passado, e de cara, é preciso dizer que o público já se manifestou de forma positiva através de gritos eufóricos e aplausos.

“Master’s Apprentices” e “The Leper Affinity” foram as próximas canções e parece que acertaram o alvo em cheio (leia-se, a plateia) que cantou cada verso, ao mesmo tempo em que faziam uma sintonia com a banda que percebeu a diferença do outro dia no Monsters Of Rock. Agora, estavam evidentemente em um território mais favorável e menos inimigo.

“§7”, mais uma música extraída do mais recente trabalho foi mais um momento de êxtase para os fãs, que cantavam e interagiam sob aplausos e sorrisos em perfeita sinergia. Numa fusão entre Evergrey, Pain of Salvation, Riverside e Amorphis, a música traz em sua sonoridade momentos calmos e agressivos, ao mesmo tempo em que algumas das partes instrumentais nos remetem a música oriental feita pelos israelenses do Orphaned Land.

Neste momento, era possível notar alguns fãs numa espécie de “transe” cantando e declamando cada frase e cada verso da música.

Crédito das fotos: Reinaldo Canto/ Ricardo Matsukawa/ Mercury Concerts

Satisfazendo plenamente os presentes

Se aproximando do final da primeira parte do show, o quinteto anuncia “In My Time Of Need”, canção do álbum “Damnation”, para delírio dos presentes. Com linhas de teclados intensas e vocais “clean” que casam perfeitamente com a atmosfera, foi possível notar que mais uma vez o alvo foi atingido. Neste momento era possível notar alguns fãs deixando suas lágrimas escorrerem, cantando cada verso desta canção que traz uma letra sombria, solitária e certamente melancólica.

Em mais uma revisitada ao seu recente trabalho, “§3” serviu de ponte ligando-a a longa, épica e complexa (no bom sentido) “Ghost Of Perdition”, extraída de “Ghost Reveries”, um dos trabalhos mais aclamados dos fãs e críticos do Opeth, finalizando a primeira parte do show.

Para o famoso Encore, o grupo escolheu “Sorceress” e “Deliverance”. Esta última, mais uma de suas longas e épicas canções, bem como mais uma faixa do supracitado “Deliverance”. Dessa forma, encerrando a apresentação para a satisfação e deleite de uma legião de fãs fiéis que certamente voltaram pra casa extasiados, felizes e satisfeitos.

Nota do redator: com sua sonoridade bem diferente dos “donos da noite”, o Opeth é aquele caso de amor e ódio, ou provavelmente nenhum dos sentimentos supracitados. Mas é fato que possuem técnica incrível, ao mesmo tempo que em uma espécie de hipnose prendem seus fãs. Todos fielmente respondem a cada gesto ou fala de Åkerfeldt.

A propósito, o músico detém o título de carismático e simpático não por acaso, e assim o fez durante toda a apresentação. Em alguns momentos, ele foi vítima de suas próprias piadas ao dizer em tom de brincadeira:

“Sabem por que eu comecei a gritar assim? Por que não sabia cantar”.

Crédito das fotos: Reinaldo Canto/ Ricardo Matsukawa/ Mercury Concerts

Minhas impressões sobre a apresentação:

Apesar de um show tecnicamente perfeito que agradou em cheio os fãs, ainda foi possível notar alguns reclamarem da ausência de canções mais antigas. Sendo assim, álbuns como “Orchid” (1995), “Morningrise” (1996), “My Arms, Your Hearse” (1998) e “Still Life” (1999) ficaram de fora do setlist do Opeth.

Por outro lado, o grupo ofereceu ao público presente músicas de trabalhos como “Blackwater Park” (2001), “Deliverance” (2002), “Damnation” (2003), “Ghost Reveries” (2005), “Sorceress” (2016) e “The Last Will And Testament” (2024).

Setlist:

  • §1
  • Master’s Apprentices
  • The Leper Affinity
  • §7
  • In My Time of Need
  • §3
  • Ghost of Perdition

Encore:

  • Sorceress
  • Deliverance

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Junera Lopes

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