Resenha: “Even In Arcadia” consolida o Sleep Token como a maior potência do Metal Moderno

Resenha: “Even In Arcadia” consolida o Sleep Token como a maior potência do Metal Moderno
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Vessel (Sleep Token), em imagem promocional
Divulgação

Poucas bandas conseguem equilibrar o crescimento meteórico com consistência artística como o Sleep Token tem feito desde Take Me Back To Eden (2023).

Dois anos depois do disco que os projetou para o topo das paradas e palcos ao redor do mundo, a entidade musical liderada por Vessel retorna com Even In Arcadia, álbum lançado nessa sexta-feira (09/05) que marca uma nova etapa para o grupo: mais introspectiva, coesa e, paradoxalmente, mais acessível.

Mesmo com o mistério que ainda envolve suas identidades, o Sleep Token parece cada vez mais disposto a desnudar suas emoções. Even In Arcadia mostra uma banda no auge de sua confiança criativa, fundindo metal, R&B, pop e até elementos de trap com uma fluidez que desafia qualquer categorização simplista – e que os posiciona com naturalidade no coração do mainstream, sem abrir mão de sua essência enigmática.

O TMDQA! ouviu o disco e te conta mais a respeito. Vamos lá?

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Um novo capítulo – e um salto sem volta

Desde o início com “Look To Windward”, o disco convida o ouvinte a mergulhar em um universo íntimo, turbulento e quase litúrgico. “Will you halt this eclipse in me?” [Você poderia impedir esse eclipse em mim?], implora Vessel em meio a cordas sutis, vocais sobrepostos e um crescendo que culmina em um dos gritos mais viscerais da discografia do grupo. A faixa funciona como um manifesto: o Sleep Token não veio para repetir fórmulas, mas para seguir escavando as camadas mais complexas da experiência humana.

A dicotomia entre anonimato e exposição percorre o álbum inteiro. Faixas como “Caramel” e “Past Self” tratam com franqueza da dissociação entre o artista e o personagem, entre o palco e a solidão. “I don’t even know who I used to be” [Eu nem sei quem eu costumava ser], confessa o vocalista anônimo, enquanto tenta se reconectar com um passado que parece cada vez mais inacessível diante do peso da fama e da performance.

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Exploração sonora com assinatura única

Se em álbuns anteriores a diversidade se dava majoritariamente faixa a faixa, aqui ela acontece dentro das próprias músicas. Even In Arcadia representa o Sleep Token em sua forma mais lapidada: cada canção parece conter mundos inteiros dentro de si.

Gethsemane”, por exemplo, é um épico multifacetado que flerta com math rock, prog, R&B e metal em uma jornada emocional que se transforma minuto a minuto. Já “Infinite Baths” encerra o álbum como um colosso sonoro – cinematográfico em sua primeira metade, explosivo e brutal na segunda, demonstrando a força e vulnerabilidade acerca do trabalho.

Dangerous” e “Provider” representam o lado mais acessível e radiofônico do disco, com refrães grandiosos e arranjos envolventes, sem nunca abrir mão do peso, seja através da temática das letras ou das poderosas explosões de guitarra.

A faixa-título, “Even In Arcadia”, é uma das mais emotivas do repertório, evocando a melancolia presente em “Blood Sport” – faixa do disco de estreia Sundowning (2019) – em uma performance vocal marcada pela entrega e delicadeza.

Nem tudo, porém, brilha com a mesma intensidade: “Damocles” e “Past Self” surgem como os momentos menos ousados do álbum. Ainda assim, a primeira reflete a beleza da simplicidade, enquanto a segunda traz algo um pouco mais digerível para o público em geral – um ótimo cartão de visitas para aquele amigo que ainda tem preconceito com o Metal, por exemplo.

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Sleep Token: transcendendo a máscara

Mais do que o disco mais coeso da carreira do grupo, Even In Arcadia é a síntese de tudo que o Sleep Token representa: espiritualidade, dor, beleza, contradição, liberdade artística. É um álbum para ouvir em fones de ouvido à meia-noite, perdido em pensamentos – ou para cantar em uníssono com milhares de fãs em um show esgotado, de olhos fechados e punhos erguidos.

Em um cenário onde tantos artistas e bandas seguem fórmulas diversas, o Sleep Token continua traçando seu próprio caminho, expandindo os limites do que o metal (ou o pop, ou o R&B, ou tudo isso junto) pode ser. E se Even In Arcadia é mesmo uma nova era, ela começa com um marco: confessional, grandioso, inovador e acima de tudo, inesquecível.

★★★★★  (5/5)

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Junera Lopes

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